Segundo especialistas
vários fatores podem influenciar a formação de um caráter não adequado.
A Polícia Civil de São Paulo está investigando se o adolescente Marcelo Eduardo Bovo Pesseghini (na foto, à dir.), de 13 anos, é o autor do assassinato de seus pais — um casal de policiais — e de outras duas parentes dentro de casa, na segunda-feira (5). O corpo do garoto também foi encontrado na cena do crime, na zona norte da capital paulista, com sinais de suicídio. É difícil compreender o que leva uma criança ou um adolescente a cometer um crime brutal. No entanto, essa é uma situação real, em que pessoas aparentemente incapazes de atos cruéis fazem vítimas sem pudor algum e chocam a sociedade.
Conheça a seguir alguns casos de crianças que foram acusadas, julgadas e condenadas pelos mais diversos tipos de crimes
O menino James Bulger tinha apenas três anos de idade quando desapareceu de um centro de compras em Liverpool, na Inglaterra, enquanto passeava com a mãe, Denise Bulger (foto). O caso aconteceu em 1993 e poderia até ser uma história corriqueira, já que muitas crianças podem se perder com facilidade em ambientes como esse.
Mas o corpo do menino foi encontrado dois dias depois em uma ferrovia, a 4 km do local do desaparecimento. No total, havia 42 ferimentos no corpo da criança, que estava partido ao meio, com sinais de tortura e abuso sexual.
Uma série de requintes de crueldade agravou a situação: havia tinta nos olhos do menino e pilhas em sua boca, que teriam sido introduzidas também em seu ânus. A morte veio com golpes de tijolos e uma barra de ferro. O corpo foi colocado na linha do trem e coberto com pedaços de madeira.
A pergunta que assombrava a todos na época era quem havia cometido tais atrocidades com a criança. A surpresa veio com o relato de 38 testemunhas de que James foi visto dentro do centro de compras com outros dois garotos mais velhos. A cena foi confirmada pelas câmeras do local, que mostravam os meninos à espreita da vítima e depois junto ao pequeno James.
Um deles era Jon Venables (foto)...
...o outro era Robert Thompson (foto), ambos com apenas dez anos.
Os dois foram condenados pelo assassinato do menino de três anos.Ambos foram colocados em liberdade condicional em 2001 e ganharam novas identidades, além de mudarem de endereço. Mas, em 2010, Jon Venables voltou a ser notícia ao ser novamente condenado por possuir material de pornografia infantil.
O caso de Mary Flora Bell é um dos mais conhecidos. Ela foi condenada aos 11 anos pela morte de dois meninos: Brian Howe, de três anos, e Martin Brown, de quatro.
O primeiro crime aconteceu em maio de 1968, quando a garota asfixiou e jogou o corpo de Martin Brown do segundo andar de uma casa abandonada. Apenas dois meses depois, Brian Howe caiu em uma armadilha de Mary Bell em um local onde crianças costumavam brincar, próximo a uma linha ferroviária. O menino foi estrangulado e teve as coxas e os genitais perfurados, além da letra M marcada na barriga.
Entre um caso e outro, a garota ainda tentou assassinar uma amiguinha, salva pelo pai no momento em que era sufocada por Mary Bell. A condenação por homicídio involuntário veio em dezembro de 1968, quando a menina foi diagnosticada com sintomas de psicopatia. Internada em um centro psiquiátrico e sob custódia, ela foi libertada aos 23 anos de idade e ganhou anonimato para poder viver com o marido e a filha, que nasceu algum tempo depois. Sua história deu origem ao livro Gritos no Vazio, no qual ela relata a infância conturbada ao lado da mãe prostituta, que tentou matá-la ao menos uma vez, entre outros abusos.
Acima, June Richardson, mãe do menino Martin Brown, segura uma foto do filho.
O caso de Cristian Fernandez tem causado polêmica nos Estados Unidos, pois o jovem de 13 anos está sendo julgado como adulto por ter matado por espancamento seu meio-irmão de dois anos, além de ter estuprado um outro meio-irmão, de cinco. Como explicar que uma criança de 12 anos tenha feito isso?
Assim como em outros casos, o histórico familiar influenciou a vida do menino. Sua mãe tinha apenas 12 anos quando ele nasceu, fruto de um estupro. Desde a infância, o menino já estava acostumado a simular atos sexuais, torturar e matar pequenos animais. O pai foi preso, e o padrasto, que se suicidou em 2010, costumava bater em Cristian. A mãe, assim como a avó, era usuária de drogas. Se Cristian for condenado por homicídio doloso, poderá receber pena de prisão perpétua, sem possibilidade de liberdade condicional.
O assassinato de duas crianças chamou a atenção da cidade de Kobe, no Japão, em 1997. Ayaka Yamashita, de dez anos, foi encontrada morta e, de acordo com a polícia, foi atacada com uma barra de ferro. Passados alguns dias, Jun Hase, de 11 anos, desapareceu, e sua cabeça foi encontrada três dias depois. Dentro de sua boca, foi encontrado um bilhete com mensagens desafiando a polícia e contando como era excitante ver pessoas morrendo. Sua assinatura: Sakakibara Seito, um codinome.
Outras três meninas já haviam sido atacadas na mesma região e disseram que um menino era responsável por esses episódios, causando alarme na polícia. A situação piorou quando uma carta foi enviada a um jornal japonês, contendo ainda mais ameaças. A confirmação do relato de algumas vítimas veio com a prisão de um menino de 14 anos, preso em sua própria casa, onde foram encontrados cadernos com o registro dos crimes. Sem identidade revelada, o jovem foi internado e recebeu tratamento psiquiátrico, sendo libertado em 2004, aos 21 anos.
Acima, a escola onde Jun Hase estudava e de onde desapareceu misteriosamente até ser encontrado morto.
Uma dupla de amigos com o hábito de perturbar as demais crianças fazendo piadas desagradáveis: uma situação questionável, mas bastante comum. Não passaria disso, se os dois garotos em questão não fossem os responsáveis por um ataque a tiros em uma escola de Jonesboro, no Estado do Arkansas, nos EUA, em 24 de março de 1998. Quatro crianças e uma professora morreram.
Mitchell Scott Johnson, de 13 anos, e seu amigo Andrew Douglas Golden (foto), de 11 anos, eram os típicos meninos que gostavam de causar polêmica entre outras crianças — eles chegavam a dizer que eram membros de uma gangue de Los Angeles. Mas Mitchell ia além, tendo recebido acusações de molestar uma criança de três anos e de ameaçar uma outra de morte. O menino chegava a dizer que tinha “muitas pessoas para matar”. Todos esses fatos passaram despercebidos, até a chacina na escola trazer tudo à tona.
O crime foi planejado: após roubarem um fuzil, duas espingardas semiautomáticas e quatro pistolas da casa do avô de Andrew, os meninos carregaram o porta-malas do carro da mãe de Mitchell com comida, sacos de dormir e outros equipamentos para acampar. No dia seguinte, dirigiram até a escola. Um deles ficou escondido, enquanto o outro ativou o alarme de incêndio e voltou para o esconderijo. No momento em que professores e alunos saíram desesperados, foram alvejados.
Mitchell (foto) saiu da prisão em 2005 e Andrew em 2007, quando completaram 21 anos. O primeiro foi preso novamente e condenado a 18 anos de prisão por porte ilegal de armas e drogas e por usar um cartão de crédito roubado. Já Andrew foi pego tentando comprar uma arma com nome falso.
George Stinney ainda era um menor de idade quando, aos 14 anos, assassinou as meninas Betty Binnicker e Maria Emma Thames, de 11 e 8 anos, respectivamente. Mas o garoto foi julgado como um adulto, marcando aquela que seria a pessoa mais jovem a ser legalmente executada nos Estados Unidos durante o século passado. Em 1944, as meninas foram golpeadas com uma barra de ferro e tiveram fraturas graves no crânio. Os corpos foram encontrados em um buraco repleto de lama. George confessou que queria fazer sexo com Betty na ocasião.
O menino Eric Smith foi acusado de matar Derrick Robie, uma criança de quatro anos que foi estrangulada, abusada com um bastão e teve pedras atiradas contra sua cabeça. Durante interrogatório, Smith simplesmente não deu nenhuma resposta esclarecedora e foi diagnosticado por um psiquiatra com transtorno explosivo intermitente, quando uma pessoa é incapaz de controlar sua raiva. O jovem foi detido e teve liberdade condicional negada diversas vezes.
Graham Young tinha interesse por química quando criança. Algo normal e até mesmo motivo de orgulho para qualquer pai, que poderia ver ali um bom futuro para o filho. O que o menino mais
gostava era estudar venenos de animais e seus efeitos.Mas aos 14 anos, em 1961, ele começou a fazer experiências sórdidas.
Sua ação começou logo com a própria família, envenenando o pai, a irmã, a madrasta e mãe dela. Young foi preso após um professor suspeitar dele e chamar a polícia
Solto aos 23 anos, ele voltou a envenenar outras pessoas. Em seguida foi preso, morrendo na cadeia.
Internado em uma clínica, o jovem não mudou seus hábitos: envenenou pessoas do hospital e colegas de cela, matando um deles. Solto aos 23 anos, ele voltou a envenenar outras pessoas. Em seguida foi preso, morrendo na cadeia.
Jordan Brown tinha apenas 11 anos quando pegou uma espingarda calibre 20 e a apontou para a cabeça de sua madrasta, que estava dormindo e grávida de oito meses, matando ela e o bebê. Mais assustador ainda foi o comportamento do menino, que se limitou a guardar a arma e seguir para a escola, como se fosse um dia normal. O menino chegou a mentir para a polícia e dizer que tinha visto um carro preto rondando sua casa, com a intenção de criar uma história para o crime.
O crime aconteceu em 2009, na Pensilvânia (Estados Unidos), onde qualquer pessoa com mais de dez anos seria julgada como adulto neste caso. O pai de Jordan acredita na inocência do filho e diz que ele era uma criança normal e amorosa, incapaz de fazer o que fez com a madrasta (foto). Inclusive, foi o próprio pai que deu a arma utilizada no crime de presente para o menino. O julgamento de Jordan Brown ainda está em aberto e sem uma decisão final.
te para o menino.
O julgamento de Jordan Brown ainda está em aberto e sem uma decisão final
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