Após serem linchadas por mais de 40 pessoas, vítimas foram incineradas
Uma mulher paquistanesa com o véu islâmico(Mukhtar Khan/AP)
A polícia paquistanesa deteve nesta quarta-feira 43 pessoas relacionadas com a morte de um casal cristão que foi linchado por suspeita de ter "profanado uma cópia do Corão", o livro sagrado do islamismo. Após o linchamento, que aconteceu na região nordeste do Paquistão, ambas as vítimas foram queimadas. Todos os detidos são residentes da cidade de Kot Radha Kishan, na província de Punyab, onde na terça-feira ocorreram as mortes em uma fábrica de tijolos. Os corpos do casal foram incinerados em um dos fornos usados na olaria, disse um porta-voz da polícia, Bin Yameen.
O porta-voz assegurou que a polícia continua procurando outros responsáveis por ter envolvimento no linchamento, que aconteceu quando "um grande número de pessoas" atacou o casal enquanto trabalhava na fábrica de tijolos, acusados de serem desrespeitosos com o Corão. A ambígua legislação paquistanesa pune qualquer menosprezo contra os símbolos sagrados do Islã, mas frequentemente é aplicada de forma arbitrária e só por testemunhos de terceiros.
A legislação surgiu no período colonial britânico para conter choques religiosos, mas as reformas impulsionadas nos anos 1980 pelo ditador Muhammad Zia-ul-Haq deram foça aos extremistas religiosos para abusar da lei. O endurecimento da legislação e a radicalização do país fizeram disparar as acusações por blasfêmia e também as execuções extrajudiciais, geralmente de pessoas pertencentes a minorias religiosas.
(Com agência EFE)
Fonte: http://veja.abril.com.br/
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