quarta-feira, 24 de outubro de 2012

A Tortura na História: a Antiguidade

Nos tempos em que a dita era dura por aqui, uma das suas principais características foi a tortura. Tanto que, tão logo ela se foi, um livro foi lançado e que fez enorme sucesso de vendas. Trata-se do livro “Brasil: nunca mais!”, no qual centenas de pessoas relatavam os pavorosos processos pelos quais passaram e as consequentes formas de tortura que enfrentaram. Há relatos que são realmente medonhos como o uso de escovas de dentes novas cuja parte em que ficam as cerdas eram introduzidas no ânus do torturado e girada. Impossível de imaginar, não?
persas_tortura

Porém, no transcurso da história foram desenvolvidas variadas formas de torturar alguém ou um grupo de pessoas, até a moderníssimo assédio moral, que não deixa de ser uma forma de tortura praticada a céu aberto e em qualquer lugar. Seria a famosa tortura psicológica que vai minando a autoestima e a capacidade de socialização de alguém, seja no ambiente de trabalho ou na própria residência.

Todos nós também conhecemos de ouvir falar sobre os famosos palitinhos de bambu sob as unhas e as gotas que pingam de um balde durante horas ou dias na testa de alguém. Isso pode levar à loucura, mas o que não sabemos é como essas formas e outras mais surgiram e eram aplicadas. O historiador alemão e professor de história antiga, Martin Zimmerman, acabou de lançar o livro “Extreme Formen von Gewalt in Bild und Text des Altertums” (Algo como Formas Extremas de Violência em Textos e Imagens da Antiguidade), que segundo suas palavras inspiram “asco, pavor, horror e repugnância”.
O autor do artigo que está no Spiegel Online, Matthias Schulz, recorre a Suetônio e “Os 12 Césares”, para iniciar o artigo citando algumas das formas prediletas de tortura exercidas por vários imperadores romanos como Tibério, que antes de fazer o torturado tomar litros de vinho, amarrava o pênis do condenado com um garrote. Logo, este não poderia urinar e acabava morrendo após o rompimento da bexiga.
No antigo oriente, para que os governantes de vastos impérios mantivessem a população, composta por várias etnias, obedientes, insuflavam o medo através de torturas e execuções agonizantes.
Babilônios e assirios 


Os babilônios eram usuários de práticas como corte dos lábios, nariz e pés, cegueira, estripação e a requintada técnica de “gotejamento” do coração que, depois, era extirpado. Os Assírios eram mestres em cortar seus inimigos em picadinhos ou passar o fio da espada na barriga dos mesmos, “como se fossem carneiros”, dizia Assurbanípal  rei assírio entre 668-627 a.C.
Essas seriam algumas das formas em que o rei afirmava a essência de seu poder, isto é, poder de vida e morte sobre seus súditos. Bastava uma mudança de humor, por exemplo, para que alguém fosse esfolado vivo, como adoravam fazer quando algum governador provincial não acatava as ordens ou falhava em alguma determinação expressa do rei.
O esfolamento consistia em pendurar a vítima numa espécie de cabide de madeira, pelas costas, e sua pele ir dilacerando com a ajuda da Lei da Gravidade. Além disso, havia também a introdução de estacas no ânus da vítima, quando o carrasco martelava as mesmas no local previamente lubrificado, empurrando os órgãos internos do infeliz um de encontro ao outro. A vítima agonizava durante dias.
Gregos e Romanos
Os helenos também não ficavam atrás mesmo sendo a Grécia o berço da democracia. Segundo o autor, na Ilíada há 318 duelos sangrentos nos quais dentes voam, olhos são vazados e cérebros escorrem de crânios. Periandro de Corinto matou a esposa grávida ao aplicar-lhe um vigoroso pontapé no ventre. Falaris ou Phalaris (Século VI a.C.), tirano de Acragas, hoje Agrigento, na Sicília, adorava assar vivos os seus desafetos num molde em forma de touro, no qual a vítima era introduzida.
Os romanos, que através de uma de suas formas de tortura criaram o maior símbolo religioso de todos os tempos, a cruz, eram useiros e vezeiros dessa prática; além, é claro da execução ad bestias, isto é, fazer das vítimas o almoço e jantar de feras como leões e demais felinos esfomeados. Lembrei, agora, de uma passagem também de “Os 12 Césares”, em que Suetônio relata uma das formas pelas quais outros animais participavam de execuções como essas no Coliseum. As infelizes vítimas eram colocadas em moldes que lembravam uma vaca e um touro era utilizado para “cobrir” a suposta fêmea. Não é preciso informar qual era o resultado dessa forma de execução.
Os Persas

Os persas tinham uma expressão “Jogar às cinzas”, que consistia em colocar a vítima num aposento sem ventilação, tendo o solo desta sala coberto por uma espessa camada de cinzas. Em poucos dias, a pessoa morria lentamente asfixiada tendo seus pulmões enrijecidos pelas cinzas que se depositavam em seu interior. Algo bem parecido com a silicose, doença que acomete os trabalhadores das minas de carvão, por exemplo.
Outra forma elaborada de tortura era conhecida como A banheira, quando uma espécie de banheira era tampada, tendo apenas um orifício por onde passava a cabeça da vítima. Seu rosto era lambuzado de mel e leite para que as moscas pousassem sobre ele, praticamente invadindo suas narinas e pálpebras. Além disso, a vítima era regularmente alimentada até que a água da banheira ficasse repleta com suas próprias fezes. Larvas das moscas e vermes se encarregavam de dar fim ao torturado.
O autor chegou a conclusão que “A violência física é universal em todas as culturas”, e finaliza informando que não vê qualquer perspectiva de mudança, pelo menos até os dias atuais.


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ASSÍRIOS - CRUÉIS E SOBERBOS

CIVILIZAÇÃO ASSÍRIA

Cruéis e Soberbos Assírios

Por que os rios dão fertilidade à terra e peixe ao homem, porque suas águas levam as canoas e atraem os pássaros, todos querem permanecer em suas margens. Entre o Tigre e o Eufrates, no chamado Crescente Fértil, a Mesopotâmia estendia-se do Noroeste do golfo Pérsico ao Egito atual. Porque o solo era bom, por que o mais ao redor era deserto, várias nações ali se concentravam. Sem espaço o suficiente para expandir-se: Entre o Tigre e o Eufrates, a guerra foi tão constante como os rios, e os impérios tinham curta duração.
Os acádios sucederam os sumerianos, primeiro povo a se estabelecer na região, por volta de 3.000 a.C. Foram seguidos pelos guti, ferozes guerreiros vindos do Norte. Após os guti vieram os elamitas, por sua vez seguidos pelos amoritas da orla do deserto, chamados "antigos babilônios". Depois os acádios novamente, em seguida os amoritas. E ao império subseqüente, o dos cassitas, foi anexada a Assíria, pequeno reino no planalto de Assur, a 800 km da nascente do Tigre, no norte da Mesopotâmia.

CIVILIZAÇÃO ASSÍRIA
CIVILIZAÇÃO ASSÍRIA
O povo assírio havia assimilado e preservado toda a cultura até então acumulada, mas os cassitas, muito primitivos, agora estavam pondo tudo a perder. Por volta de 1.300 a.C. os assírios começaram a recuperar terreno, expandem-se impetuosamente, e no século X a.C. tomam aos cassitas o que ainda lhes restava no vale do Tigre e Eufrates. E então a Síria, a Fenícia e a Palestina (exceto o reino de Judá) e o Egito - quase todo o mundo civilizado da época - passaram às mãos do pequeno reino do Norte, que assim evoluiu para um império. Ele se agigantou, é certo. Mas desequilibradamente  Sem um sistema administrativo integrado. Sem unidade, a não ser pela força. Submetidas a repressão feroz, as nações subjugadas se rebelaram tão logo o despótico governo sediado em Nínive deu os primeiros sinais de fraqueza.
Foi um rápido declínio, depois do apogeu alcançado nos séculos VIII e VII a.C., em que reinaram Sargão II (772 - 705), Senaqueribe (705 - 681) e Assurbanípal (668 - 626). O golpe fatal coube aos caldeus, nação semita no sudeste da Mesopotâmia, que integrava o império assírio. Liderados por Nabopalassar, que servira os imperadores como governador provincial, os caldeus organizam uma revolta que culmina com a queda de Nínive, em 612 a.C.
"Em um mês de dias, dominei o Elam em toda sua extensão. A voz dos homens, os passos do gado, grande e pequeno, os gritos de alegria, extirpei-os dos campos, onde deixei que se estabelecessem os onagros, as gazelas e toda espécie de animais selvagens". Assurbanípal assim descrevia o massacre dos elamitas. E com certo orgulho. As condições de vida fizeram dos assírios uma nação de guerreiros. Seja pela necessidade de aumentar o pequeno território, seja pelo perigo constante de um ataque dos vizinhos hostis. E as exigências de guerra - tida por ocupação honrosa - marcaram roda a civilização assíria, desde a organização político social até sua arte.
Mais honrosa só a ocupação do rei. O senhor absoluto e onipotente, mas não onipresente precisava ser representado nas províncias do império em formação. Escolhia, pois, governadores para as regiões, ligadas por um sistema de comunicações que foi o primeiro serviço postal do mundo. Uma rede de mensageiros cada qual em um ponto-chave das principais rotas, levava deliberações e notícias do rei para os sessenta cantos do império.
CIVILIZAÇÃO ASSÍRIA

A arte profana

CIVILIZAÇÃO ASSÍRIA

"Tabiru" é o nome de um portão, entre trezentos outros que se abriam ou fechavam nas muralhas da cidade de Assur. A muralha de Nínive tinha 4 km de extensão, e Dur-Sharrukin, cidade-palácio de Sargão II, 3 km² de edifícios. Monumental a arquitetura assíria, toda baseada em um só esquema: pátios centrais rodeados de aposentos. O aspecto dos edifícios era maciço, por terem um único andar, sem janelas laterais penetrando a luz por aberturas no teto, verdadeiros terraços. As paredes de tijolo de argila - por que as pedras escasseavam - eram decoradas interna e externamente com inscrições e esculturas. Principalmente baixos-relevos. A nota dominante da escultura assíria é o movimento. O manancial de inspiração não inclui os deuses, só os homens: seus reis, suas guerras, suas caças. Assurbanípal é freqüentemente representado caçando leões. Sua figura de soberano destaca-se das demais pelo porte, estatura e traços nobres. Em sua época a arte assíria atinge seu apogeu. Na escultura, a quantidade de músculos raia o sobrenatural, num estilo só repetido em Michelangelo. A imagem em seu todo é contida, rígida, o rosto imóvel. Se expressa algum estado, é o de tranqüilidade. Dos rostos vencidos não transparece nem submissão nem terror, a posição dos corpos por vezes sugere esses sentimentos. Na pintura mural, a mesma motivação se repete. Entre artes menores, teve grande importância a gravação de sinetes para assinatura de documentos.

Deuses de formas humanas

Ao norte da cidade de Assur, Senaqueribe mandou construir um jardim, nele ergueu um edifício, destinado às celebrações do ano novo. Supunha-se que nessa ocasião os deuses assírios rejubilavam pela vitória de Assur sobre o demônio Tiamat. A religião dos assírios em muitos pontos comum à dos babilônios e sumerianos era antropomórfica: Todas as divindades tinham formas humanas e não de animais. Dentre eles, Sin (Lua), Chamah (Sol), Nabu (Eufrates), Nibid (Sol levante), Nergal (Sol meio-dia), Adad (Tormenta), Enlil (Terra), Ea (Água). Mas Assur era o Deus superior. Essa disposição hierárquica foi o primeiro passo para o monoteísmo, Inspirou os hebreus na conceituação de Deus Universal.

O Comércio Proibido

Não sendo rei nem militar, assírio algum teria ocupação. O comércio lhes era proibido, por ser considerado ignóbil. Os estrangeiros eram quem exerciam esse tipo de atividade, ou os arameus, povo subjugado pelos assírios, de características próximas à dos fenícios e dos hebreus. A agricultura era praticada pelos escravos, dela provinha o sustento dos assírios. As terras pertenciam aos reis, aos templos ou aos militares, donde se conclui que a população rural era extremamente pobre. Também na cidade, todos os serviços eram realizados por escravos, domésticos ou prisioneiros de guerra. A estes cabia o trabalho mais pesado.

A mulher sem direito


CIVILIZAÇÃO ASSÍRIA



A pena de talião - olho por olho, dente por dente - que constava do código de Hamurabi, rei dos babilônios e o primeiro a coligir as leis, não foi adotada pelos assírios. Não há provas de que outras leis do código tivessem prevalecido entre eles. Mas a influência que exerceu sobre o direito assírio foi enorme. Algumas leis assírias determinavam a inteira sujeição da mulher; a esposa era tida como objeto de uso do marido. Só ele tinha direito ao divórcio e a poligamia. Enfim, a mulher era totalmente denegrida, e ai daquela que não cobrisse o rosto com véus. Os documentos da Cultura "Ó pai dos deuses, supremo ser que habita a Grande Montanha dos Campos, lembra-te da cidade, do povo e do palácio real. Dá a grande paz à minha alma e aos meus exércitos". O tratamento é na primeira pessoa. O tom solene dirigido a Assur. A escrita é cuneiforme, gravada em tabuletas de mármore: trata-se de uma carta de Zargão II a Assur, uma espécie de relatório de seus feitos ao deus vivo. Vinte e duas mil tabuletas semelhantes, em mármore e barro, eram colecionadas na Biblioteca em Nínive, talvez a primeira do mundo. Nem sempre eram cartas. Também coligiam todos os conhecimentos dos povos do império assírio. Algumas continham fórmulas mágicas, contratos comerciais, crônicas militares.

A História reconstituída


CIVILIZAÇÃO ASSÍRIA


Esses documentos foram de grande valia para a reconstituição da história dos assírios e dos demais povos da Mesopotâmia. Através deles soube-se que os assírios dividiram o círculo em 360 graus; que localizaram pontos da Terra através de um sistema parecido com as atuais coordenadas geográficas. Os assírios estudaram o céu, reconheceram e denominaram cinco planetas. Na medicina catalogaram mais de 500 drogas, com as indicações para seu uso. Algumas eram potagens repugnantes destinadas a expulsar demônios do corpo do doente, pois acreditava-se que eles trouxessem as doenças.
Fonte: http://geocities.yahoo.com.br




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ASSÍRIA

Lápide mostra a utilização de cavalos nas conquistas assírias.

Reino da Ásia antiga, ao norte da Mesopotâmia. Os assírios organizaram um Estado militarizado e tornaram-se grandes conquistadores. No séc. IX a.C. constituiu-se o Império Assírio, que alcançou o apogeu nos séc. VIII e VII a.C.
A Assíria era uma área montanhosa e fértil, cortada pelo rio Tigre e seus afluentes. A maior parte do território era dividida em grandes estados, controlados por proprietários de terras.
O Povo era formado por várias raças que se estabeleceram naquela região desde o quarto milênio antes da Era Cristã.
Viviam em cidades, como Assur, Nínive e Nimrud. Parte da população era formada por agricultores e grupos seminômades. Os agricultores viviam em pequenas aldeias. A maioria dos habitantes da cidade era formada por artífices ou negociantes. Os artífices fabricavam cerâmica e objetos de ouro, prata, bronze, marfim e madeira. As cidades eram protegidas por altas muralhas ocupadas por arqueiros. Os assírios usavam a escrita cuneiforme e construíram imensas bibliotecas para guardar obras sobre medicina, religião e história, entre outros temas. Também escreveram textos jurídicos. O Código Assírio, escrito em cerca de 1400 a.C., continha exemplos de casos e seus respectivos julgamentos. Essa lei era ainda mais rigorosa que o Código de Hamurabi, da Babilônia.
Grandes guerreiros, contavam com armas de ferro fundido, carros e cavalos de guerra. Ficaram conhecidos pela crueldade com que tratavam os prisioneiros, escravizavam e muitas vezes mutilavam para que servissem de exemplo para outros derrotados.

Detalhe de relevo assírio que mostra prisioneiros de guerra sendo transportados como escravos.


Religião.

Os assírios acreditavam que vários deuses governavam o destino humano e controlavam o céu, a terra, a água, as tempestades e o fogo. Eles acreditavam em bons e maus espíritos e na magia. O principal deus da Assíria era Assur, mesma denominação da capital. O rei assírio era considerado um representante de Assur na Terra. Entre os vários deuses cultuados estavam Nabu, o deus da sabedoria e patrono dos escribas; Ninurta, deus da guerra; e Ishtar, a deusa do amor.


Arte.
A mais importante marca da arte assíria pode ser notada nos relevos que decoram grandes obras arquitetônicas. Entre 900 e 600 a.C., os muros dos palácios passaram a exibir baixos-relevos em pedra, mostrando cerimônias religiosas ou vitórias militares. Entre suas esculturas, destacam-se as impressionantes estátuas de touros e leões com cabeças humanas que guardavam os palácios.

Governo.

O rei era o chefe supremo do Império Assírio e o sacerdote principal do deus Assur. Conduzia pessoalmente o exército nas campanhas militares. O filho mais velho e herdeiro do rei era o encarregado dos negócios administrativos.


História.

Documentos anteriores a 2000 a.C. revelam que um governador da cidade de Ur, situada no sudeste do atual Iraque, governava em Assur. Documentos posteriores provenientes da Ásia Menor indicam que os assírios negociavam intensamente com os hititas, na Anatólia (atual Turquia).
Em 1813 a.C., Shamshi-Adad, chefe dos amoritas, se fez senhor da Assíria, estendendo as fronteiras do país e aumentando seu poderio. Depois do reinado de Shamshi-Adad, a Assíria ficou sob o domínio da Babilônia.
Faltam registros sobre os séculos seguintes. Os historiadores acreditam que a Assíria foi governada durante parte desse período pelo Mitani, um reino situado no norte da Síria, mas se tornou novamente independente em meados do séc. XIV a.C.
A Assíria desfrutou de breves períodos de expansão nos séc. XIII e XII a.C., antes de começar a formar o império no séc. IX a.C. Salmanasar III (858-824 a.C.) assumiu o controle das rotas comerciais do Mediterrâneo. Teglatefalasar III (744-727 a.C.) conquistou a Síria e Israel e se tornou rei da Babilônia. Com Sargão II (722-705 a.C.), o Império atingiu o apogeu. Assaradão (680-669 a.C.) anexou o Egito. A Assíria declinou rapidamente depois de meados do séc. VII a.C. e acabou sucumbindo aos ataques dos medos e dos babilônios em 614 e 612 a.C.



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