segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Casamento que chegou ao fim

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sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Se é gospel pode!



Acordei esta manhã e fiz minha prece gospel, liguei o som e botei um cd de punk-rock gospel enquanto colocava minha vestimenta gospel. Então saí para dar um rolê gospel.


Na banca de jornal comprei uma revista de games gospel e outra de fofocas gospel, e fui lendo enquanto viajava de ônibus até o centro da cidade, onde teria uma "parada" gospel com uns amigos skatistas. Parei de ler quando reparei em uma mina gospel, muito gatinha, de piercing gospel, calça e mini-blusa gospel. Comecei ali mesmo no buzão uma paquera gospel e perguntei à brotinha gospel se queria ficar comigo. Ela, como "ficante" gospel topou. Convidei-a então para tomarmos um drink gospel em um barzinho gospel super badalado que conheço.

Depois fomos a um cinema gospel, onde no escurinho podia então dar uns amassos gospel nela. Mão gospel boba pra cá, mão gospel boba pra lá, estávamos a mil. Então depois do cine resolvemos ir até uma balada gospel descarregar nossa adrenalina toda em uma danceteria gospel.

Yeah! Demais!

Escureceu e não deixei ela ir pra casa. Convenci ela que sendo eu um cara gospel, não iria só "ficar" com ela, mas que logo-logo assumiria um namoro gospel. E com base nessa promessa a convenci a esticarmos nosso programa gospel, levando-a até um hotel gospel onde fizemos um amorzinho gospel.


Acompanhei ela depois até em casa, e ela me convidou para entrar. Conheci seus pais, crentes liberais, não muito gospel, mas gente-fina! Subimos até o seu quarto pois ela queria me mostrar seu cantinho gospel. Notei nas paredes pôsteres de seus artistas gospel preferidos e ela mostrou-me sua coleção de cds de reggae gospel, rap gospel e música eletrônica gospel. Enquanto ela foi até o banheiro, dei uma lida em seu diário gospel e vi que ela registrava todas as suas aventuras gospel com os carinhas gospel que conhecia. Fiquei imaginando que o meu nome e o que eu fizesse, preencheria as próximas páginas daquele caderno gospel.


Ficamos conversando até tarde e ela convidou-me a dormir na casa dela. Liguei pra minha mãe para avisar e ela embaçou na minha, porque não é gospel, é crente caretona. Gastei saliva para conseguir sua aprovação, garantindo que a noite seria completamente gospel e tranquilizei-a .

Trancamos a porta do quarto, acendemos um baseado gospel, curtimos uma viagem gospel em nossos delírios e depois fomos dormir, ela de roupa íntima gospel e eu, uma vez que não tinha outra roupa na mochila, fui pra cama só de cuecão gospel mesmo. Só então é que reparei em uma tatuagem gospel que ela tinha na virilha, muito louca.
De madrugada acordei e vomitei um pouco, o que, despertou-a . Então ligamos o chuveiro e tomamos um banho gospel quentinho. Carícia gospel pra cá, carícia gospel pra lá, não preciso dizer que acabamos fazendo um "sexozinho" gospel novamente. Que delícia!

Adoro esse negócio de ser gospel. Coitados dos meus pais crentes e de meu irmão evangélico mais velho... na época deles não existia ainda esse estilo de vida gospel com total liberdade. Faço o que quero, sem problemas, afinal se é gospel pode!

De fim-de-semana, enquanto meus pais vão na igreja, eu vou pegar onda gospel, ou vou pro "louvorzão" e aos points gospel zoar e azarar com meus gospel friends. Cada um na sua!

Minha mina é gospel, meus programas, o que compro, o que consumo, tudo é gospel, logo, não estou pecando certo? Afinal de contas eu sou jovem e tenho que aproveitar a vida!

Ei mano! Estou falando contigo!

Não vai responder?

Falô, falô!

Paz e amor brother!

[ ]´s

Leonardo,



Fonte> http://ismaelmoura.blogspot.com.br
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sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Não converse com SERPENTES!




Lendo a bíblia  Gênesis capítulo 3 para fazer minha devocional diária deparei com um diálogo no minimo inusitado, uma mulher e uma serpente conversando, maior “papo cabeça.”
Eva a mulher que o criador fez para Adão, no seu passeio diário pelo Paraíso dialoga com uma serpente e ainda dá ouvidos as astutas argumentações da maldita. Veja o diálogo abaixo:

“Ora, a serpente era mais astuta que todas as alimárias do campo que o SENHOR Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda a árvore do jardim?
E disse a mulher à serpente: Do fruto das árvores do jardim comeremos,
Mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis para que não morrais.Então a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis.
Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal.” (Gênesis 3.1-5)


Muitos dos cristãos estão conversando, dando ouvidos a “SERPENTE” e nem se apercebem disso.  Quantos estão trocando a voz de Deus pela voz da serpente!
2 Coríntios 11 . 3 "Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos e se apartem da simplicidade que há em Cristo". Não é o que está acontecendo?
Quantos estão deixando as palavras de Cristo para fazer o que bem entende;  muitos não estão dispostos a produzir um caráter de Cristo para cada dia se parecer mais com Jesus.
Logo no começo da Bíblia encontramos a serpente sendo tomada por Satanás e amaldiçoada por Deus.  A senhora Eva  dialogou, escutou,  caiu na lábia da astuta serpente e arrastou o marido para mesma armadilha. “a mulher sábia edifica, mas a tola destrói ..”(esse é assunto para outro estudo) "Então o Senhor Deus disse à serpente: Portanto fizeste isto, maldita serás mais que toda a fera; e mais do que os animais do campo; sobre o teu ventre andarás, e pó comerás todos os dias da tua vida. E porei inimizade, entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente, esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar." Gênesis 3.14-15.

Amados não deis ouvidos a serpente, seus conselhos te levarão a caminhos de morte. Não se engane, o objetivo da serpente é te afastar da voz de Deus. Sempre ouvi a frase “o mundo não tem nada a oferecer”, mentira, o mundo te oferece  aparentemente sempre  o melhor, mas a consequência é perder a tua alma. A serpente te oferecerá lucros, ganhos, relacionamentos dos “sonhos”, status, etc.  “Você acha que Eva trocaria o Éden por “bananas”? Não ela acreditou que poderia  ser como Deus.”  Veja a conversa da serpente para cima da Senhora Eva: “Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal.” Gênesis 3.5

Sempre tem alguém querendo ser igual a Deus, iniciou-se esse desejo com Lúcifer e por aí foi se espalhando a síndrome de Lúcifer  tem pastor, lideres, chefes, médicos, cientistas, etc. Tudo com a mesma síndrome( mas este assunto é para outro estudo).
O preço que Eva pagou foi muito caro, perdeu a comunhão com Deus. Não perda sua comunhão com o Senhor. Fique atento ao tipo de conversa que você dá ouvidos!

Não converse com Serpente, siga o exemplo de Jesus Cristo.  “De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus...”Filipenses 2.5-6

Deus os abençoe e os guarde da SERPENTE!!!!!!!!!!!!!!!!!!!


Retirado do Blog:


obs: Visitem este blog muito bom
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quinta-feira, 8 de novembro de 2012

David Brainerd (1718-1747)


David Brainerd nasceu a 20 de abril de 1718, no estado de Connecticut, nos Estados Unidos da América. Seu pai se chamava Ezequias Brainerd, um advogado, e sua mãe, Dorothy Hobart, era filha do Pr. Jeremias Hobart. David foi o terceiro filho, de um total de cinco filhos e quatro filhas. Foi um menino de saúde muito frágil, que acabou sendo privado de uma vida social mais dinâmica com outros garotos de sua idade. Sempre teve uma natureza sóbria, e um espírito reservado. Em sua infância, embora preocupado com o destino de sua alma, não sabia o que era conversão. Seu pai morreu quando ele estava com apenas nove anos, e aos catorze anos ele perdeu também sua mãe. Tornou-se ainda mais tristonho e melancólico, e os valores religiosos que recebeu na infância começaram a declinar em sua juventude.

Entretanto, como fruto da obra preveniente da graça divina, Brainerd afastou-se de algumas companhias indesejáveis, e começou a dedicar tempo à oração individual. Começou a ler mais a Bíblia e formou com outros jovens um grupo para encontros dominicais. Começou a dedicar bastante atenção às pregações, e procurava aplicá-las à sua vida. Ainda assim, ele não conhecia a Cristo pessoalmente. Tornou-se ainda mais zeloso no terreno da religiosidade, e sentiu a convicção e o peso do pecado, adquirindo o mais agudo senso do perigo e da ira de Deus. Contudo, suas esperanças ainda não estavam depositadas na justiça de Cristo, mas em si mesmo. Finalmente, o Espírito de Deus o conduziu à fé em Cristo, e ele passou a experimentar o descanso de uma vida justificada, e a ação do poder de Deus em uma Novidade de Vida. Tinha vinte e um anos.
Dois meses depois de sua conversão, Brainerd ingressou na Universidade de Yale. Mesmo num contexto de algumas pressões, ele dedicou bom tempo à comunhão a sós com Deus. As enfermidades, muitas vezes, atrapalhavam seus estudos. Num momento particularmente difícil, ele contraiu tuberculose e expelia sangue pela boca. Ainda assim, ele trabalhou intensamente e obteve distinção como estudante. Porém, quando estava em seu terceiro ano de universidade, teve de deixar a escola devido a uma circunstância bastante delicada. Isso significou um grande desapontamento para ele, pois, mais tarde, no dia em que os outros colavam grau, Brainerd escreveu em seu diário: “Neste dia eu deveria receber meu diploma, mas Deus achou conveniente negar-me isso”.

Foi justamente nesse período que se acentuaram suas preocupações com as almas perdidas. Ele começou a pensar profundamente sobre as pessoas que nunca tinham ouvido falar de Cristo. Chamou-lhe particular atenção a triste condição dos índios norte-americanos. Não havia muitos missionários trabalhando entre eles. Brainerd começou a colocar em prática o seu amor pelos índios, obtendo maiores informações sobre sua realidade e orando freqüentemente por eles. O desejo de levar o Evangelho aos índios foi crescendo em seu coração.

A ocasião surgiu em que Brainerd pôde apresentar-se como missionário aos índios. Sua saúde precária era um fator de preocupação, tendo em vista as condições inóspitas e difíceis que enfrentaria. Seus amigos lhe diziam: “Se Deus quer que você vá, Ele lhe dará forças”. Quando tinha vinte e quatro anos, ele escreveu em seu diário: “Quero esgotar minha vida neste serviço, para a glória de Deus”. No ano seguinte, começou a dedicar sua vida pregando aos índios nas florestas solitárias e frias. Vendeu seus livros e roupas que não usaria, e começou a vida bastante isolada e marcada por uma trajetória de auto-sacrifício e sofrimento. Mas Deus o abençoou ricamente. Como um “grão de trigo que morre ao cair na terra”, Brainerd não ficou só; a morte deste “grão de trigo” produziu muito fruto - tendo tido o privilégio de visitar alguns lugares relacionados à vida de Brainerd, inclusive o local em que ele primeiramente pregou aos índios, fiquei pessoalmente impressionado com o seu caráter e renúncia, fruto da poderosa graça de Deus em sua vida. Freqüentemente, Brainerd ficou exposto ao frio e à fome. Não podia ter o conforto da vida normal. Viajava a pé ou cavalgando por longas distâncias, dia e noite. As viagens eram sempre perigosas. Para atingir algumas tribos distantes, devia passar por montanhas íngremes na escuridão da noite. Atravessou pântanos perigosos, rios de forte correnteza, ou florestas infestadas de animais selvagens. Tinha de viajar quinze a vinte e cinco quilômetros para comprar pão, e, às vezes, antes de comê-lo, o pão estava azedo ou mofado. Dormia sobre um monte de palha que estendia sobre tábuas erguidas um pouco acima do chão. Em muitos momentos estava só, e ficava feliz quando podia contar com seu intérprete para conversar. Não tinha companheiros cristãos com quem pudesse dividir o fardo em momentos de comunhão e oração. “Não tenho nenhum conforto, a não ser o que me vem de Deus”, escreveu ele.

Seu ministério tornou-se bem amplo, alcançando índios nos estados norte-americanos de Nova Iorque, Nova Jersey, e ao leste da Pensilvânia. Havendo encontrado os índios em meio a muitas superstições, e recebendo muitas vezes os efeitos da fúria de seus sacerdotes, Brainerd pôde declarar o poder de Deus acima de todos os deuses. Apesar de todas as dificuldades, era movido por um intenso desejo de contemplar a salvação dos índios. Com isto em vista, aliou, por muitas vezes, o jejum à oração. “Não importa onde ou como vivi, ou por que dificuldades passei, contanto que tenha, desta maneira, conquistado almas para Cristo”, escreveu ele. Boa parte de seu trabalho era feito em lutas físicas, especialmente tendo em vista sua saúde sempre precária, e , como escreveu Edwards, “sua própria constituição e temperamento natural, muito inclinado para a melancolia” – e sobre isto, acrescenta Edwards, “ele excedeu a todas as pessoas melancólicas que conheci”.

O fato é que Deus honrou sobremaneira o ministério de Brainerd. O Espírito de Deus desceu poderosamente sobre os índios, num grande avivamento que afetou tribos inteiras. Por volta de 1745, mesmo os índios que viviam de forma impiedosa, opondo-se à pregação do Evangelho, se convenceram do pecado. Vários se converteram. Muitos brancos, que apareciam por curiosidade para ouvir o que Brainerd dizia aos índios, também foram convertidos. Índios de toda floresta ouviram falar de Brainerd e vinham em grande número ouvi-lo. Era muito comum ouvir os altos brados dos índios pela misericórdia de Deus, toda vez que Brainerd pregava. Seu ministério influenciou também as crianças índias. Ele criou escolas em que elas eram ensinadas a lavrar a terra e a semear, além de receberem os ensinos do Evangelho de Cristo.

Ao escolher o trabalho nas florestas úmidas, Brainerd sabia que não poderia esperar viver muito. Ele assistiu seu corpo definhar, pouco a pouco. Aos vinte e nove anos, foi colocado em seu leito de morte, sofrendo terrível agonia e dor física. Testemunhou de Cristo em seus momentos finais, e anelava por encontrar-se com o Senhor. Ele faleceu em 09 de outubro de 1747, tendo sido sepultado em Northampton, Massachusetts. Jonathan Edwards conduziu o funeral. Foi uma vida curta, mas que glorificou a Deus grandemente.
Edwards, que o conheceu muito bem, podia dizer de Brainerd:

(...) dotado de um gênio penetrante, de pensamento claro, de raciocínio lógico e de julgamento muito exato, como era patente para todos que o conheciam. Possuidor de grande discernimento da natureza humana, perscrutador e judicioso em geral, ele também sobressaía em juízo e conhecimento teológico, e, sobretudo, na religião experimental.
Num artigo em 2001, eu escrevi:

David Brainerd é um exemplo de alguém que resolveu colocar sua vida no altar (...) As privações, o trabalho incansável, as intempéries consumiram o seu vigor. Uma prolongada enfermidade ceifou sua vida. Devido à sua fragilidade física e aos rigores do campo missionário, ele contraiu tuberculose. Brainerd calculou o preço do seguir a Cristo e deliberadamente fez uma escolha que significava separar-se do mundo civilizado, com suas vantagens, e associar-se à dureza, ao trabalho e, possivelmente, a uma morte prematura e solitária. Entretanto, homens como William Carey, Henry Martyn, Robert Mürray McCheyne, John Wesley, Jonathan Edwards, Charles Spurgeon, Oswald Smith, Jim Elliot, citando apenas alguns, testemunharam a grande influência da biografia de Brainerd em suas vidas. Um biógrafo de Brainerd diz que ele “foi como uma vela que, na medida em que se consumia, transmitia luz àqueles que estavam em trevas”.
Algo muito importante que Brainerd fez foi escrever um diário, no qual registrou as experiências que lhe surgiram. Neste diário, editado por Jonathan Edwards, Brainerd faz uma breve explanação de sua infância e juventude, e começa a narrar-nos os fatos, escrevendo periodicamente a partir de 18 de outubro de 1840. Ainda que Brainerd tenha lutado quase que “invencivelmente” contra a publicação de qualquer porção de seu diário, este, publicado depois de sua morte, tem sido um instrumento de Deus para influenciar a vida de muitas pessoas. O Diário de David Brainerd foi publicado em português pela Editora FIEL, em 1993.

FONTE; http://www.editorafiel.com.br/artigos_detalhes.php?id=205



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quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Uma Visão realista sobre a crise na Somália

Presidente internacional de Médicos Sem Fronteiras, Dr. Unni Karunakara, publica artigo sobre a crise na Somália e lembra das causas humanas para a fome na região

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Doutor Unni Karunakara, presidente internacional de MSF, visita o hospital de MSF em Galcayo, cidade da Somália 

5 de setembro de 2011 - A emergência atual na Somália e nos países vizinhos está sendo descrita por muitas organizações de ajuda humanitária e pela mídia em termos simplistas, como "fome no Chifre da África" ou "pior seca dos últimos 60 anos". Mas culpar apenas causas naturais é ignorar a complexa realidade geopolítica que contribui para essa situação e sugerir que a solução para tais problemas se resume apenas a arrecadar fundos e enviar alimentos para o Chifre da África. Infelizmente, esconder as causas humanas para a fome na região e as dificuldades na resposta à crise não vão ajudar a resolver os problemas.

Acabo de retornar do Quênia e da Somália e o que eu e meus colegas de Médicos Sem Fronteiras (MSF) vimos naqueles países foi uma situação profundamente perturbadora. Em Mogadíscio, conheci uma jovem da região de Lower Shebelle, no sul do país, que agora vive em um dos acampamentos improvisados que se multiplicam pela cidade. Ela deixou sua casa com o marido e seus sete filhos após uma colheita muito ruim, e porque não tinha dinheiro para comprar água e alimentos. Durante sua jornada, ela teve que deixar seu marido e três de seus filhos para trás, pois eles estavam muito fracos para completar a viagem de cinco dias até a capital. É triste perceber que a história dela reflete a de outras milhares de famílias nas regiões central e sul da Somália, que foram devastadas por anos de conflito e que chegaram ao seu limite com a seca.

A desnutrição é crônica em muitas áreas do Chifre da África, e é preciso que haja um esforço internacional de longo prazo para garantir que alimentos cheguem às pessoas que mais precisam deles. Hoje, no entanto, as necessidades mais urgentes estão concentradas nas regiões central e sul da Somália. E mesmo não conhecendo o panorama em todo o país, nós sabemos que a situação é crítica devido à enorme quantidade de somalis que chegam, fracos e exaustos, na capital, Mogadíscio, e em acampamentos no Quênia e na Somália.

As colheitas fracas exacerbaram uma situação que já era catastrófica. A Somália é o palco de uma guerra brutal entre o Governo de Transição, que recebe o apoio das nações ocidentais e é guardado pelas tropas da União Africana, e grupos armados de oposição, com destaque para o Al-Shabaab. Em um cenário político fracassado, essa guerra, combinada com as mortíferas rivalidades de diversos clãs no país, impediu que a ajuda humanitária internacional independente chegasse a várias comunidades. A população somali está encurralada, no meio de múltiplas forças que, seja por motivos políticos ou para enfraquecer seus oponentes, privam as pessoas de receber assistência. O acesso a cuidados de saúde é praticamente inexistente em grande parte do país. 

Em meio a esse cenário, onde muitos interesses estão em jogo, é difícil para uma organização de ajuda médico-humanitária como MSF expandir a oferta de cuidados de saúde e realizar ações de impacto. MSF está trabalhando na Somália há duas décadas e tem projetos em nove locais, que estão sob domínio de diferentes lados do conflito – Governo de Transição e Al-Shabaab. Nós estamos fazendo o máximo possível para aumentar nossa presença no país e responde às crescentes necessidades. Já existem mais de 8 mil crianças com desnutrição aguda em nossos programas nutricionais no país, e muitas delas não estão sofrendo apenas de desnutrição. As quatro crianças que saíram de Lower Shebelle que conheci também estão com sarampo, além de desnutridas. Elas vivem com a mãe e com milhares de deslocados em acampamentos superlotados, sem condições sanitárias. Outras pessoas nesses campos reclamam de infecções nos olhos e na pele, e há ainda aquelas que estão fracas demais até para procurar alimentos ou cuidados médicos. 

Em campos de refugiados no Quênia e na Etiópia, nós conseguimos oferecer ajuda médica e nutricional para dezenas de milhares de pessoas. Mas expandir as nossas atividades na Somália é um processo lento e difícil. MSF é constantemente forçada a fazer duras escolhas na hora de implementar ou aumentar suas atividades no país. E se não pudermos fazer avaliações independentes e oferecer assistência em áreas que acreditamos que estão mais afetadas, não seremos capazes de prevenir as piores conseqüências desta emergência. 

A ajuda humanitária é vista no país, por todas as partes em conflito, como uma oportunidade ou uma ameaça. Em áreas consideradas como o centro desta crise, o Al-Shabaab, que já suspeita de interesses ocidentais no país, decretou a proibição da entrada de equipes internacionais, do envio aéreo de materiais e suprimentos médicos e da realização de campanhas de vacinação. Nem mesmo a suspensão temporária das restrições aos Estados Unidos na oferta de ajuda em certas áreas controladas pelo Al-Shabaab deve melhorar o acesso a cuidados de saúde. Em outros locais, a necessidade de conduzir intermináveis negociações para realizar procedimentos simples, como contratar uma enfermeira ou alugar um carro, toma grande parte de um tempo precioso, que poderia estar sendo empregado na resposta rápida que o país precisa.

A realidade da oferta de ajuda humanitária na Somália é a pior possível. Nossas equipes correm constantemente o risco de levarem tiros ou serem raptados enquanto tentam dar assistência médica fundamental para a população no país. Apesar de nossas constantes negociações com todas as partes do conflito para ganhar acesso a novas regiões, nós talvez tenhamos que nos conformar com a triste realidade de que não conseguiremos chegar até as comunidades que mais precisam de ajuda. Ou que teremos que comprometer parcialmente nossa independência quando finalmente conseguirmos chegar a elas. A menos que todas as partes envolvidas no conflito removam as barreiras que estão separando organizações que podem salvar vidas das pessoas que dependem delas para sua sobrevivência, milhares de pessoas continuarão morrendo por causas que poderiam ter sido evitadas.

Dr. Unni Karunakara

Presidente Internacional da organização Médicos Sem Fronteiras
Este artigo foi publicado pela primeira vez no jornal The Guardian. Leia aqui o artigo original, em inglês




Fonte>http://www.msf.org.br/noticias/1321/uma-visao-realista-sobre-a-crise-na-somalia/
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Crise de fome na Somália

Por Katy MigiroNAIRÓBI (Reuters) - 
A Organização das Nações Unidas declarou estado de fome em duas regiões no sul da Somália nesta quarta-feira e disse que a condição se espalhará rapidamente a menos que doadores tomem medidas.Mark Bowden, coordenador humanitário para a Somália, disse que o sul de Bakool e o Baixo Shabelle haviam sido atingidos pela pior fome na região em 20 anos.A ONU está propondo "medidas excepcionais" para fornecer "ajuda humanitária em dinheiro" enquanto encontra uma forma de arrecadar volumes maiores de ajuda em alimentos para o sul da Somália, disse Bowden. A ONU também está pedindo 300 milhões de dólares durante os próximos dois meses para a Somália."Se não agirmos agora, a fome irá se espalhar para todas as oito regiões do sul da Somália em dois meses, devido à colheita precária e aos surtos de doenças infecciosas", disse Bowden."Cada dia de atraso em assistência é literalmente uma questão de vida ou morte para crianças e suas famílias nas áreas afetadas pela fome."Segundo a ONU, 3,7 milhões de pessoas na Somália, o equivalente a quase metade da população, está agora em risco. Dessas, 2,8 milhões estão no sul do país, localizado no Chifre da África e assolado por guerras.Nas regiões mais duramente atingidas, metade das crianças estão subnutridas."É provável que dezenas de milhares já morreram, a maioria delas, crianças", disse Bowden.Anos de secas, que também atingiram o Quênia e a Etiópia, prejudicaram a colheita e conflitos tornaram extremamente difíceis para as agências operarem e acessarem as comunidades no sul do país.O sul é controlado por insurgentes islâmicos do Al Shabaab, filiado à Al Qaeda, que estão lutando para derrubar o governo apoiado pelo Ocidente. O grupo também controla parte da capital Mogadíscio e o centro da Somália.No começo de julho, rebeldes suspenderam uma proibição à ajuda alimentar que segundo eles, criava uma dependência. Alguns analistas acreditam que eles estão permitindo a entrada de ajuda porque temem pelo respaldo público se não o fizerem. Outros acreditam que os rebeldes querem subornos.


Fonte > http://extra.globo.com


A seguir, fotos tiradas no dia 26 de julho deste ano. Nesta, mulher segura filho desnutrido em hospital de Mogadishu, na Somália

A seguir, fotos tiradas no dia 26 de julho deste ano. Nesta, mulher segura filho desnutrido em hospital de Mogadishu, na Somália 




A criança chora enquanto espera pelo atendimento

A criança chora enquanto espera pelo atendimento 


A situação da Somália é crítica. A ONU enviou, nesta segunda-feira, ajuda humanitária ao país


A situação da Somália é crítica. A ONU enviou, nesta segunda-feira, ajuda humanitária ao país

Em julho, a entidade declarou estado de crise de fome em duas regiões do país

Em julho, a entidade declarou estado de crise de fome em duas regiões do país


Mães e filhos esperam por atendimento em hospital, que está em situação precária e mal consegue atender aos pacientes

Mães e filhos esperam por atendimento em hospital, que está em situação precária e mal consegue atender aos pacientes


A crise de fome afeta mais de 11 milhões de pessoas na Somália

A crise de fome afeta mais de 11 milhões de pessoas na Somália 

A situação é agravada pela seca e pelo conflito político no país

A situação é agravada pela seca e pelo conflito político no país 

Pela primeira vez em cinco anos, a ONU enviou ajuda de emergência para a capital da Somália, Mogadíscio

Pela primeira vez em cinco anos, a ONU enviou ajuda de emergência para a capital da Somália, Mogadíscio 


Ao todo, 34 toneladas de suprimentos foi enviado ao país. Na foto tirada nesta segunda-feira, criança chora no hospital

Ao todo, 34 toneladas de suprimentos foi enviado ao país. Na foto tirada nesta segunda-feira, criança chora no hospital

A medida só foi possível depois que militantes islâmicos do al-Shabab deixaram a capital após confronto. A seguir, fotos tiradas no domingo passado.

A medida só foi possível depois que militantes islâmicos do al-Shabab deixaram a capital após confronto. A seguir, fotos tiradas no domingo passado

Menina de seis meses sofre de desnutrição

Menina de seis meses sofre de desnutrição

A ala de pediatria do Hospital de Banadir está lotada

A ala de pediatria do Hospital de Banadir está lotada 


Criança carrega irmã no colo na fila por alimentos em Mogadishu

Criança carrega irmã no colo na fila por alimentos em Mogadishu

Refugiados em abrigo improvisado na capital da Somália

Refugiados em abrigo improvisado na capital da Somália

Fotos retiradas do site> http://extra.globo.com
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quarta-feira, 24 de outubro de 2012

A Tortura na História: a Antiguidade

Nos tempos em que a dita era dura por aqui, uma das suas principais características foi a tortura. Tanto que, tão logo ela se foi, um livro foi lançado e que fez enorme sucesso de vendas. Trata-se do livro “Brasil: nunca mais!”, no qual centenas de pessoas relatavam os pavorosos processos pelos quais passaram e as consequentes formas de tortura que enfrentaram. Há relatos que são realmente medonhos como o uso de escovas de dentes novas cuja parte em que ficam as cerdas eram introduzidas no ânus do torturado e girada. Impossível de imaginar, não?
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Porém, no transcurso da história foram desenvolvidas variadas formas de torturar alguém ou um grupo de pessoas, até a moderníssimo assédio moral, que não deixa de ser uma forma de tortura praticada a céu aberto e em qualquer lugar. Seria a famosa tortura psicológica que vai minando a autoestima e a capacidade de socialização de alguém, seja no ambiente de trabalho ou na própria residência.

Todos nós também conhecemos de ouvir falar sobre os famosos palitinhos de bambu sob as unhas e as gotas que pingam de um balde durante horas ou dias na testa de alguém. Isso pode levar à loucura, mas o que não sabemos é como essas formas e outras mais surgiram e eram aplicadas. O historiador alemão e professor de história antiga, Martin Zimmerman, acabou de lançar o livro “Extreme Formen von Gewalt in Bild und Text des Altertums” (Algo como Formas Extremas de Violência em Textos e Imagens da Antiguidade), que segundo suas palavras inspiram “asco, pavor, horror e repugnância”.
O autor do artigo que está no Spiegel Online, Matthias Schulz, recorre a Suetônio e “Os 12 Césares”, para iniciar o artigo citando algumas das formas prediletas de tortura exercidas por vários imperadores romanos como Tibério, que antes de fazer o torturado tomar litros de vinho, amarrava o pênis do condenado com um garrote. Logo, este não poderia urinar e acabava morrendo após o rompimento da bexiga.
No antigo oriente, para que os governantes de vastos impérios mantivessem a população, composta por várias etnias, obedientes, insuflavam o medo através de torturas e execuções agonizantes.
Babilônios e assirios 


Os babilônios eram usuários de práticas como corte dos lábios, nariz e pés, cegueira, estripação e a requintada técnica de “gotejamento” do coração que, depois, era extirpado. Os Assírios eram mestres em cortar seus inimigos em picadinhos ou passar o fio da espada na barriga dos mesmos, “como se fossem carneiros”, dizia Assurbanípal  rei assírio entre 668-627 a.C.
Essas seriam algumas das formas em que o rei afirmava a essência de seu poder, isto é, poder de vida e morte sobre seus súditos. Bastava uma mudança de humor, por exemplo, para que alguém fosse esfolado vivo, como adoravam fazer quando algum governador provincial não acatava as ordens ou falhava em alguma determinação expressa do rei.
O esfolamento consistia em pendurar a vítima numa espécie de cabide de madeira, pelas costas, e sua pele ir dilacerando com a ajuda da Lei da Gravidade. Além disso, havia também a introdução de estacas no ânus da vítima, quando o carrasco martelava as mesmas no local previamente lubrificado, empurrando os órgãos internos do infeliz um de encontro ao outro. A vítima agonizava durante dias.
Gregos e Romanos
Os helenos também não ficavam atrás mesmo sendo a Grécia o berço da democracia. Segundo o autor, na Ilíada há 318 duelos sangrentos nos quais dentes voam, olhos são vazados e cérebros escorrem de crânios. Periandro de Corinto matou a esposa grávida ao aplicar-lhe um vigoroso pontapé no ventre. Falaris ou Phalaris (Século VI a.C.), tirano de Acragas, hoje Agrigento, na Sicília, adorava assar vivos os seus desafetos num molde em forma de touro, no qual a vítima era introduzida.
Os romanos, que através de uma de suas formas de tortura criaram o maior símbolo religioso de todos os tempos, a cruz, eram useiros e vezeiros dessa prática; além, é claro da execução ad bestias, isto é, fazer das vítimas o almoço e jantar de feras como leões e demais felinos esfomeados. Lembrei, agora, de uma passagem também de “Os 12 Césares”, em que Suetônio relata uma das formas pelas quais outros animais participavam de execuções como essas no Coliseum. As infelizes vítimas eram colocadas em moldes que lembravam uma vaca e um touro era utilizado para “cobrir” a suposta fêmea. Não é preciso informar qual era o resultado dessa forma de execução.
Os Persas

Os persas tinham uma expressão “Jogar às cinzas”, que consistia em colocar a vítima num aposento sem ventilação, tendo o solo desta sala coberto por uma espessa camada de cinzas. Em poucos dias, a pessoa morria lentamente asfixiada tendo seus pulmões enrijecidos pelas cinzas que se depositavam em seu interior. Algo bem parecido com a silicose, doença que acomete os trabalhadores das minas de carvão, por exemplo.
Outra forma elaborada de tortura era conhecida como A banheira, quando uma espécie de banheira era tampada, tendo apenas um orifício por onde passava a cabeça da vítima. Seu rosto era lambuzado de mel e leite para que as moscas pousassem sobre ele, praticamente invadindo suas narinas e pálpebras. Além disso, a vítima era regularmente alimentada até que a água da banheira ficasse repleta com suas próprias fezes. Larvas das moscas e vermes se encarregavam de dar fim ao torturado.
O autor chegou a conclusão que “A violência física é universal em todas as culturas”, e finaliza informando que não vê qualquer perspectiva de mudança, pelo menos até os dias atuais.


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ASSÍRIOS - CRUÉIS E SOBERBOS

CIVILIZAÇÃO ASSÍRIA

Cruéis e Soberbos Assírios

Por que os rios dão fertilidade à terra e peixe ao homem, porque suas águas levam as canoas e atraem os pássaros, todos querem permanecer em suas margens. Entre o Tigre e o Eufrates, no chamado Crescente Fértil, a Mesopotâmia estendia-se do Noroeste do golfo Pérsico ao Egito atual. Porque o solo era bom, por que o mais ao redor era deserto, várias nações ali se concentravam. Sem espaço o suficiente para expandir-se: Entre o Tigre e o Eufrates, a guerra foi tão constante como os rios, e os impérios tinham curta duração.
Os acádios sucederam os sumerianos, primeiro povo a se estabelecer na região, por volta de 3.000 a.C. Foram seguidos pelos guti, ferozes guerreiros vindos do Norte. Após os guti vieram os elamitas, por sua vez seguidos pelos amoritas da orla do deserto, chamados "antigos babilônios". Depois os acádios novamente, em seguida os amoritas. E ao império subseqüente, o dos cassitas, foi anexada a Assíria, pequeno reino no planalto de Assur, a 800 km da nascente do Tigre, no norte da Mesopotâmia.

CIVILIZAÇÃO ASSÍRIA
CIVILIZAÇÃO ASSÍRIA
O povo assírio havia assimilado e preservado toda a cultura até então acumulada, mas os cassitas, muito primitivos, agora estavam pondo tudo a perder. Por volta de 1.300 a.C. os assírios começaram a recuperar terreno, expandem-se impetuosamente, e no século X a.C. tomam aos cassitas o que ainda lhes restava no vale do Tigre e Eufrates. E então a Síria, a Fenícia e a Palestina (exceto o reino de Judá) e o Egito - quase todo o mundo civilizado da época - passaram às mãos do pequeno reino do Norte, que assim evoluiu para um império. Ele se agigantou, é certo. Mas desequilibradamente  Sem um sistema administrativo integrado. Sem unidade, a não ser pela força. Submetidas a repressão feroz, as nações subjugadas se rebelaram tão logo o despótico governo sediado em Nínive deu os primeiros sinais de fraqueza.
Foi um rápido declínio, depois do apogeu alcançado nos séculos VIII e VII a.C., em que reinaram Sargão II (772 - 705), Senaqueribe (705 - 681) e Assurbanípal (668 - 626). O golpe fatal coube aos caldeus, nação semita no sudeste da Mesopotâmia, que integrava o império assírio. Liderados por Nabopalassar, que servira os imperadores como governador provincial, os caldeus organizam uma revolta que culmina com a queda de Nínive, em 612 a.C.
"Em um mês de dias, dominei o Elam em toda sua extensão. A voz dos homens, os passos do gado, grande e pequeno, os gritos de alegria, extirpei-os dos campos, onde deixei que se estabelecessem os onagros, as gazelas e toda espécie de animais selvagens". Assurbanípal assim descrevia o massacre dos elamitas. E com certo orgulho. As condições de vida fizeram dos assírios uma nação de guerreiros. Seja pela necessidade de aumentar o pequeno território, seja pelo perigo constante de um ataque dos vizinhos hostis. E as exigências de guerra - tida por ocupação honrosa - marcaram roda a civilização assíria, desde a organização político social até sua arte.
Mais honrosa só a ocupação do rei. O senhor absoluto e onipotente, mas não onipresente precisava ser representado nas províncias do império em formação. Escolhia, pois, governadores para as regiões, ligadas por um sistema de comunicações que foi o primeiro serviço postal do mundo. Uma rede de mensageiros cada qual em um ponto-chave das principais rotas, levava deliberações e notícias do rei para os sessenta cantos do império.
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A arte profana

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"Tabiru" é o nome de um portão, entre trezentos outros que se abriam ou fechavam nas muralhas da cidade de Assur. A muralha de Nínive tinha 4 km de extensão, e Dur-Sharrukin, cidade-palácio de Sargão II, 3 km² de edifícios. Monumental a arquitetura assíria, toda baseada em um só esquema: pátios centrais rodeados de aposentos. O aspecto dos edifícios era maciço, por terem um único andar, sem janelas laterais penetrando a luz por aberturas no teto, verdadeiros terraços. As paredes de tijolo de argila - por que as pedras escasseavam - eram decoradas interna e externamente com inscrições e esculturas. Principalmente baixos-relevos. A nota dominante da escultura assíria é o movimento. O manancial de inspiração não inclui os deuses, só os homens: seus reis, suas guerras, suas caças. Assurbanípal é freqüentemente representado caçando leões. Sua figura de soberano destaca-se das demais pelo porte, estatura e traços nobres. Em sua época a arte assíria atinge seu apogeu. Na escultura, a quantidade de músculos raia o sobrenatural, num estilo só repetido em Michelangelo. A imagem em seu todo é contida, rígida, o rosto imóvel. Se expressa algum estado, é o de tranqüilidade. Dos rostos vencidos não transparece nem submissão nem terror, a posição dos corpos por vezes sugere esses sentimentos. Na pintura mural, a mesma motivação se repete. Entre artes menores, teve grande importância a gravação de sinetes para assinatura de documentos.

Deuses de formas humanas

Ao norte da cidade de Assur, Senaqueribe mandou construir um jardim, nele ergueu um edifício, destinado às celebrações do ano novo. Supunha-se que nessa ocasião os deuses assírios rejubilavam pela vitória de Assur sobre o demônio Tiamat. A religião dos assírios em muitos pontos comum à dos babilônios e sumerianos era antropomórfica: Todas as divindades tinham formas humanas e não de animais. Dentre eles, Sin (Lua), Chamah (Sol), Nabu (Eufrates), Nibid (Sol levante), Nergal (Sol meio-dia), Adad (Tormenta), Enlil (Terra), Ea (Água). Mas Assur era o Deus superior. Essa disposição hierárquica foi o primeiro passo para o monoteísmo, Inspirou os hebreus na conceituação de Deus Universal.

O Comércio Proibido

Não sendo rei nem militar, assírio algum teria ocupação. O comércio lhes era proibido, por ser considerado ignóbil. Os estrangeiros eram quem exerciam esse tipo de atividade, ou os arameus, povo subjugado pelos assírios, de características próximas à dos fenícios e dos hebreus. A agricultura era praticada pelos escravos, dela provinha o sustento dos assírios. As terras pertenciam aos reis, aos templos ou aos militares, donde se conclui que a população rural era extremamente pobre. Também na cidade, todos os serviços eram realizados por escravos, domésticos ou prisioneiros de guerra. A estes cabia o trabalho mais pesado.

A mulher sem direito


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A pena de talião - olho por olho, dente por dente - que constava do código de Hamurabi, rei dos babilônios e o primeiro a coligir as leis, não foi adotada pelos assírios. Não há provas de que outras leis do código tivessem prevalecido entre eles. Mas a influência que exerceu sobre o direito assírio foi enorme. Algumas leis assírias determinavam a inteira sujeição da mulher; a esposa era tida como objeto de uso do marido. Só ele tinha direito ao divórcio e a poligamia. Enfim, a mulher era totalmente denegrida, e ai daquela que não cobrisse o rosto com véus. Os documentos da Cultura "Ó pai dos deuses, supremo ser que habita a Grande Montanha dos Campos, lembra-te da cidade, do povo e do palácio real. Dá a grande paz à minha alma e aos meus exércitos". O tratamento é na primeira pessoa. O tom solene dirigido a Assur. A escrita é cuneiforme, gravada em tabuletas de mármore: trata-se de uma carta de Zargão II a Assur, uma espécie de relatório de seus feitos ao deus vivo. Vinte e duas mil tabuletas semelhantes, em mármore e barro, eram colecionadas na Biblioteca em Nínive, talvez a primeira do mundo. Nem sempre eram cartas. Também coligiam todos os conhecimentos dos povos do império assírio. Algumas continham fórmulas mágicas, contratos comerciais, crônicas militares.

A História reconstituída


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Esses documentos foram de grande valia para a reconstituição da história dos assírios e dos demais povos da Mesopotâmia. Através deles soube-se que os assírios dividiram o círculo em 360 graus; que localizaram pontos da Terra através de um sistema parecido com as atuais coordenadas geográficas. Os assírios estudaram o céu, reconheceram e denominaram cinco planetas. Na medicina catalogaram mais de 500 drogas, com as indicações para seu uso. Algumas eram potagens repugnantes destinadas a expulsar demônios do corpo do doente, pois acreditava-se que eles trouxessem as doenças.
Fonte: http://geocities.yahoo.com.br




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ASSÍRIA

Lápide mostra a utilização de cavalos nas conquistas assírias.

Reino da Ásia antiga, ao norte da Mesopotâmia. Os assírios organizaram um Estado militarizado e tornaram-se grandes conquistadores. No séc. IX a.C. constituiu-se o Império Assírio, que alcançou o apogeu nos séc. VIII e VII a.C.
A Assíria era uma área montanhosa e fértil, cortada pelo rio Tigre e seus afluentes. A maior parte do território era dividida em grandes estados, controlados por proprietários de terras.
O Povo era formado por várias raças que se estabeleceram naquela região desde o quarto milênio antes da Era Cristã.
Viviam em cidades, como Assur, Nínive e Nimrud. Parte da população era formada por agricultores e grupos seminômades. Os agricultores viviam em pequenas aldeias. A maioria dos habitantes da cidade era formada por artífices ou negociantes. Os artífices fabricavam cerâmica e objetos de ouro, prata, bronze, marfim e madeira. As cidades eram protegidas por altas muralhas ocupadas por arqueiros. Os assírios usavam a escrita cuneiforme e construíram imensas bibliotecas para guardar obras sobre medicina, religião e história, entre outros temas. Também escreveram textos jurídicos. O Código Assírio, escrito em cerca de 1400 a.C., continha exemplos de casos e seus respectivos julgamentos. Essa lei era ainda mais rigorosa que o Código de Hamurabi, da Babilônia.
Grandes guerreiros, contavam com armas de ferro fundido, carros e cavalos de guerra. Ficaram conhecidos pela crueldade com que tratavam os prisioneiros, escravizavam e muitas vezes mutilavam para que servissem de exemplo para outros derrotados.

Detalhe de relevo assírio que mostra prisioneiros de guerra sendo transportados como escravos.


Religião.

Os assírios acreditavam que vários deuses governavam o destino humano e controlavam o céu, a terra, a água, as tempestades e o fogo. Eles acreditavam em bons e maus espíritos e na magia. O principal deus da Assíria era Assur, mesma denominação da capital. O rei assírio era considerado um representante de Assur na Terra. Entre os vários deuses cultuados estavam Nabu, o deus da sabedoria e patrono dos escribas; Ninurta, deus da guerra; e Ishtar, a deusa do amor.


Arte.
A mais importante marca da arte assíria pode ser notada nos relevos que decoram grandes obras arquitetônicas. Entre 900 e 600 a.C., os muros dos palácios passaram a exibir baixos-relevos em pedra, mostrando cerimônias religiosas ou vitórias militares. Entre suas esculturas, destacam-se as impressionantes estátuas de touros e leões com cabeças humanas que guardavam os palácios.

Governo.

O rei era o chefe supremo do Império Assírio e o sacerdote principal do deus Assur. Conduzia pessoalmente o exército nas campanhas militares. O filho mais velho e herdeiro do rei era o encarregado dos negócios administrativos.


História.

Documentos anteriores a 2000 a.C. revelam que um governador da cidade de Ur, situada no sudeste do atual Iraque, governava em Assur. Documentos posteriores provenientes da Ásia Menor indicam que os assírios negociavam intensamente com os hititas, na Anatólia (atual Turquia).
Em 1813 a.C., Shamshi-Adad, chefe dos amoritas, se fez senhor da Assíria, estendendo as fronteiras do país e aumentando seu poderio. Depois do reinado de Shamshi-Adad, a Assíria ficou sob o domínio da Babilônia.
Faltam registros sobre os séculos seguintes. Os historiadores acreditam que a Assíria foi governada durante parte desse período pelo Mitani, um reino situado no norte da Síria, mas se tornou novamente independente em meados do séc. XIV a.C.
A Assíria desfrutou de breves períodos de expansão nos séc. XIII e XII a.C., antes de começar a formar o império no séc. IX a.C. Salmanasar III (858-824 a.C.) assumiu o controle das rotas comerciais do Mediterrâneo. Teglatefalasar III (744-727 a.C.) conquistou a Síria e Israel e se tornou rei da Babilônia. Com Sargão II (722-705 a.C.), o Império atingiu o apogeu. Assaradão (680-669 a.C.) anexou o Egito. A Assíria declinou rapidamente depois de meados do séc. VII a.C. e acabou sucumbindo aos ataques dos medos e dos babilônios em 614 e 612 a.C.



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